O Seminário Nacional de Estudos Discursivos (SNED) é um evento promovido pelo Grupo de Estudos em Análise do Discurso (GEAD), vinculado à Universidade Federal do Rio Grande (FURG), constituído em 2011 e cadastrado no CNPQ em 2012. Este evento nasce pequeno, mas tem uma proposta ousada: pretende discutir questões de Pesquisa em AD e suas implicações nos tempos atuais, bem como diálogos possíveis entre AD e outros campos científicos, pensando na articulação de teoria e prática, nas fronteiras teóricas e metodológicas, nos pontos de interlocução com orientações filiadas ou próximas a concepções materialistas históricas e dialéticas e nos desafios colocados para os pesquisadores na contemporaneidade e seus compromissos sócio-históricos. O SNED fomenta reflexões acadêmicas no campo dos estudos do discurso, articulando a pesquisa ao ensino e à extensão, com o envolvimento de professores-pesquisadores provindos de diferentes grupos e núcleos de pesquisa em AD, professores e estudantes de questões discursivas, históricas e culturais. Nesse sentido, o SNED tem como tema central “Discursos em rede: pontos e contrapontos” e conta com pesquisadores de AD e áreas afins na sua programação, constituída de conferências, mesas-redondas, simpósios e painéis acerca de questões relacionadas a pesquisas e produções científicas, trajetória e implicações da pesquisa em AD, cultura, historicidade, sujeito, língua, ensino. Cabe destacar que, embora sua criação seja recente, o GEAD se faz grande e ousa propor o SNED, por perceber a necessidade de se fazer as discussões propostas e por apostar no estabelecimento de diálogos e parcerias com outros pesquisadores, grupos e núcleos de pesquisas afins. Período de realização do evento: 11, 12 e 13 de março de 2013. Local: Universidade Federal do Rio Grande / FURG (Anfiteatro do Campus Hospital Universitário/FURG).oo


Apresentação



              O Seminário Nacional de Estudos Discursivos (SNED) é um evento promovido pelo Grupo de Estudos em Análise do Discurso (GEAD), vinculado à Universidade Federal do Rio Grande (FURG), constituído em 2011 e cadastrado no CNPQ em 2012. Este evento nasce pequeno, mas tem uma proposta ousada: pretende discutir questões de Pesquisa em AD e suas implicações nos tempos atuais, bem como diálogos possíveis entre AD e outros campos científicos, pensando na articulação de teoria e prática, nas fronteiras teóricas e metodológicas, nos pontos de interlocução com orientações filiadas ou próximas a concepções materialistas históricas e dialéticas e nos desafios colocados para os pesquisadores na contemporaneidade e seus compromissos sócio-históricos. O SNED fomenta reflexões acadêmicas no campo dos estudos do discurso, articulando a pesquisa ao ensino e à extensão, com o envolvimento de professores-pesquisadores provindos de diferentes grupos e núcleos de pesquisa em AD, professores e estudantes de questões discursivas, históricas e culturais. 

         Nesse sentido, o SNED tem como tema central “Discursos em rede: pontos e contrapontos” e conta com pesquisadores de AD e áreas afins na sua programação, constituída de conferências, mesas-redondas, simpósios e painéis acerca de questões relacionadas a pesquisas e produções científicas, trajetória e implicações da pesquisa em AD, cultura, historicidade, sujeito, língua, ensino.

         Cabe destacar que, embora sua criação seja recente, o GEAD se faz grande e ousa propor o SNED, por perceber a necessidade de se fazer as discussões propostas e por apostar no estabelecimento de diálogos e parcerias com outros pesquisadores, grupos e núcleos de pesquisas afins. 

 Período de realização do evento: 11, 12 e 13 de março de 2013.

Local: Universidade Federal do Rio Grande / FURG (Anfiteatro da Área Acadêmica do Campus Cidade - Hospital Universitário/FURG).

 

                                ATENÇÃO!!!!! 

- INSCRIÇÕES PRORROGADAS ATÉ 09/03/2013.

- PAGAMENTOS ATÉ 10/03/2013 E ENVIO DO COMPROVANTE ATÉ DIA 11/03/2013.

- SOMENTE PARA OUVINTES: PODERÃO SER REALIZADAS INSCRIÇÕES AINDA DURANTE O CREDENCIAMENTO, NO DIA 11/03/2013, DAS 18H ATÉ AS 19H. 

 

A HOMOLOGAÇÃO DAS INSCRIÇÕES DEPENDE DO ENVIO DO COMPROVANTE DE PAGAMENTO (DEPÓSITO) PARA O ENDEREÇO INDICADO  -  VEJA AS ORIENTAÇÕES NO LINCK "INSCRIÇÕES".

 

ATENÇÃO: DISPENSA DOS ALUNOS DE LETRAS (Português e Línguas Estrangeiras) DAS AULAS PARA PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES DO 1º SNED NOS DIAS 11, 12 E 13/03/2013.

Haverá listas de presenças para os estudantes de Letras, nos turnos da manhã e noite, que ficarão à disposição dos professores. 

 


Inscrições


 

- Inscrições: até dia 09/03/2013

- Modalidades de Participação:

Modalidade de Inscrição

Valor

Apresentação de Trabalho em Simpósio

R$ 40,00

Apresentação de Trabalho em Painel

R$ 20,00

Ouvinte

R$ 10,00

 

              - Acesse formulário de inscrição      

Apresentação de Trabalho em Simpósio
Apresentação de Trabalho em Painel
Ouvintes

             - Depósito bancário até dia 10/03/2013 para:

                         Banco do Brasil, Agência 2942-4, Conta Poupança 43.772-7, Variação 51

                         Favorecido: "Luana G. Silveira (SNED)"

 

 Obs.: * Enviar logo a cópia do comprovante para o e-mail sned.ad@gmail.com   

          * As Cartas de Aceite serão enviadas, no máximo, até o meio-dia de 11/03/2013 para o e-mail informado pelo inscritos.

 

              - Normas para os Resumos (Simpósio ou Painel):

                Os resumos deverão ser em fonte Times New Romam, tamanho 12, espaçamento "1,5" entre as linhas, e seguir as seguintes orientações:

1) Título: em caixa alta, centralizado e em negrito;

2) Nome completo do autor: alinhado à direita, estilo da fonte Normal, somente com as letras iniciais maiúsculas, seguido (na linha abaixo) da titulação (Por ex.: Doutor/Doutorando em...; Mestre/Mestrando em...; Especialista em...) e o nome da instituição por extenso, seguido pela respectiva sigla, entre parênteses. Quanto ao pôster, o trabalho poderá ter mais de um autor. Neste caso, somente uma pessoa  fará o envio do resumo; os demais autores poderão fazer sua inscrição como "Apresentação de trabalho em Painel" e, no lugar do "Resumo / Escolher arquivo", deverá ser inserido um arquivo com o título do trabalho e a indicação da pessoa responsável pelo seu envio.         

3) Palavras-chave: três a quatro palavras-chave, alinhadas à esquerda, em itálico;

4) Corpo do Texto: de 300 a 400 palavras, alinhamento Justificado, estilo da fonte Normal; em que é desejável que constem tema e delimitação do tema, justiticativa(s), objetivo(s), fundamentação teórica e metodológica, algumas informações sobre o corpus e análises.

 Obs.: Os arquivos devem ser salvos como "Documento do Word 97-2003" e anexados ao Formulário de Inscrição. 

 

 

 

 

              - Orientações para os Pôsteres:  

 1)  Os resumos seguirão as mesmas orientações dos resumos para simpósios, conforme acima exposto.

 2) Os Pôsteres deverão ter as seguintes medidas: 0,90 X 1,10m. 

 

 

 

 
 

 

 

 

 

 


Programação



 

11/03/2013:

18h – Credenciamento

19h – Abertura – Apresentação Cultural (Coral)

19h30min – Conferência de abertura:

             “Pesquisa em AD e suas interfaces com estudos marxistas: trajetória e implicações”    

                                    Profª Drª Ana Zandwais (UFRGS)

                                               Mediação: Darlene Webler (FURG)

21h – Rodada de Debates

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12/03/2013:

8h – Retomada dos trabalhos/ Atividade Cultural

8h15m – Mesa-redonda 1: “Política, Mídia e Sujeito

   - Profª Verli Petri (UFSM): "O funcionamento do político na mídia contemporânea"

   - Profª Angela Plath (UFRGS): “O discurso escolar e as práticas de inclusão digital”

   - Profª Luana Gusmão Silveira (GEAD/FURG): “A imagem do Saci e as diferentes condições de produção: um personagem reeditado”

                        * Coordenação: Rosely Machado (FURG)

10h15m – Rodada de Debates

10h30min – Intervalo

11h – Simpósio 1: “Sujeito, Discurso e Silenciamentos – reflexões e análises

- Denise Machado (GEAD; PGLING/FURG): “Os discursos políticos e os processos de silenciamento” (Título Provisório)

 - Luciana Padovani (GEAD; Letras/FURG): “Nem todas as princesas têm que vestir rosa ou sonhar com um príncipe encantado que nunca chega”: reflexões e análise

- Stela Maris Ieck (LCE/FURG): “Identidades Étnicas: as autorrepresentações dos afrodescendentes no discurso dos alunos de uma escola rio-grandina”

            * Coordenação: Cíntia Azambuja 

12h30min - Intervalo 

14h – Simpósio 2: “Estudos do Discurso: Teses e Dissertações

- Profª Msc. Luana de Gusmão Silveira (PPGL/UFRGS): “O Funcionamento do Discurso Político diante de Processos Eleitorais”

- Profª Dndª Daiane Siveris (PPGL/UFRGS): “A Constituição do Dicionário em Redes de Memória: uma resistência ao tempo e à história”

- Profª Dndª Maria Iraci Costa (PPGL/UFSM): “O gramático e o linguista:atravessamento de saberes na produção do conhecimento gramatical”

- Prof. Dndo André Luís Campos Vargas (PPGL/UFSM): “Discurso, sujeito e ideologia: solidariedade e narratividade urbana como práticas discursivas”

- Profª Drª Rosely Machado (PPGL/UFRGS; ILA/FURG): “O estudo do gênero pelo viés discursivo: refletindo sobre a dualidade masculino/feminino e sua relação com a escrita”

* Coordenação:  Patrícia Peter Zacchia Alan

16h – Intervalo

16h15min – Simpósio 3: “Sociedade e Discurso

 

- Profª Elisane Pinto da Silva Machado de Lima (IFSUL-Pelotas): “Na superfície dos automóveis, sentidos em movimento: o discurso itinerante dos adesivos”

- Prof. Dndo Marchiori Quadrado de Quevedo (PPGL/UCPEL):  “Imagem em Análise de Discurso: um exercício teórico-analítico”

- Prof. Felipe Raskin Cardon (UniRitter/UFRGS):  “O Papel do Revisor de Textos: um diálogo entre a ficção e a realidade

- Profª Drª Darlene Webler (PPGL/UFRGS; ILA/FURG): “Os Discursos dos Trabalhadores Autogestionários na perspectiva da Análise do Discurso”

       * Coordenação:  Márcia Bueno (GEAD/FURG)

18h – Intervalo

19h – Retomada dos trabalhos / Atividade Cultural

19h15min – Mesa-redonda 2: “Cultura, Historicidade e AD”

- Profª Renata Silveira da Silva (UNIPAMPA): “Tempo na Análise do Discurso: reflexões a partir dos discursos da Central Única dos Trabalhadores”

- Profª Darlene Webler (FURG): “Discursos em e sobre Empreendimentos Solidários: condições de produção discursiva”

- Prof. Carlos Ruivo (FURG): “Religiosidades Afrodescendentes: culturas e memórias”

          * Coordenação: Luana Gusmão Silveira

21h15m – Rodada de Debates

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13/03/2013:

8h – Retomada dos trabalhos/ Atividade Cultural

8h15m – Mesa-redonda 3: “Língua, Ensino e AD

- Profª Rosely Machado (FURG; GEAD):  “Os discursos sobre o ensino de Língua Portuguesa: entre o imaginário de língua e a prática docente"

- Profª Dnda Tânia Jurema Flores da Rosa (IFRS-B.Gonçalves; PPG-UFRGS): “A Produção de Sentidos em Hipertexto: os hiperlinks como elementos de anaforização discursiva” 

- Prof. Dndo Giovani Forgiarini Aiub (IFRS-Feliz): “Língua: entre o materno e o estranho”

                        * Coordenação:  Darlene Webler

10h15m – Rodada de Debates

10h40min – Intervalo

11h – Simpósio 4: “Ensino, Discurso e Sentidos – reflexões e análises

- Cíntia Azambuja (GEAD; PGLING/FURG): “Gestos de leitura e de interpretação nas práticas discursivas de adolescentes”

 - Patrícia Zacchia (GEAD; PGLLING/FURG):  “A construção do sentido do termo ‘sociedade’ em textos de universitários”

- Livia Ayter Santos: “O Eu e o Outro: construindo identidades como aprendizes de língua estrangeira”

            * Coordenação: Denise Machado

12h – Rodada de Debates

12h30min – Intervalo para o almoço

14h – Simpósio 5: “Linguagem e Cultura

 

- Prof. Msc. Alexandre Neves Sapper (PPGL/UFPEL):  “Desmistificando o populismo: a proposta teórica de Ernesto Laclau”

- Prof. Msc. Gabriel Jorge Quadros de Paula (PPGLit/FURG):  “A análise do discurso das biografias de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek: um estudo de caso”

- Profª Msc. Luana de Gusmão Silveira (PPGL/UFRGS):  “O discurso das coligações diante de processos eleitorais” (Dissertação)

      * Coordenação:  Angela Rizzo (GEAD/FURG)

16h – Intervalo

16h15m – Simpósio 6: “Ensino e Aprendizagem de línguas

 

- Josiane Morais Pereira (Letras/UFPEL): “A aplicação do projeto interdisciplinar no âmbito do PIBID – Humanidades da UFPEL”

- Marcia Glaci da Silva Bueno (Letras/FURG): “O processo de escrita e reescrita na sala de aula: experiências positivas de uma estagiária”

- Angela Cleci Bueno Rizzo (Letras/FURG): “Relato sobre uma prática de estágio em Língua Portuguesa”

      * Coordenação: Denise Machado (GEAD/FURG)

18h – Intervalo

19h – Retomada dos Trabalhos – Apresentação Cultural

19h30min – Conferência de encerramento:

            Conhecimento, Pesquisa e Ciências Contemporâneas: implicações e legitimações”       

                                    Prof. Dndo Pedro Giehl (Fundação Liberato; Grupo PIESO-PPGA/UNISINOS)

                                                Mediação: Rosely Machado (FURG)

21h – Rodada de Debates

21h30m – Atividade Cultural e Encerramento

 

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EXPOSIÇÃO DE PAINEIS:

Serão organizadas sessões nos dias 12 e 13 de março, entre 8h e 22h, com a presença dos autores nos períodos de intervalo.

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VENDA DE LIVROS:

Serão comercializados livros em diferentes espaços: (a) Banca do SNED/GEAD e (b) Bancas de livrarias convidadas.

Obs.: Os autores que quiserem comercializar seus livros poderão fazê-lo através da Banca do SNED/GEAD.

 

 

 


Contato


Em caso de dúvidas, entre em contato com a Comissão Organizadora do evento, através do seguinte endereço eletrônico:

           sned.ad@gmail.com

 

 

 

COMISSÃO ORGANIZADORA:

- Profª Drª Darlene Webler

- Profª Drª Rosely Machado

- Profª Msc. Luana de Gusmão

- Profª Denise Machado 

 

 

 


Resumos


 

I SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS DISCURSIVOS – SNED

 

RESUMOS DOS SIMPÓSIOS E LISTAGEM DOS PÔSTERES

 

 

Simpósio 1: “Sujeito, Discurso e Silenciamentos – reflexões e análises”

 

REFLEXÕES SOBRE OS EFEITOS DE SENTIDO PRODUZIDOS A PARTIR DOS

 

SILENCIAMENTOS NO DISCURSO POLÍTICO

 

Denise Machado Pinto (GEAD; PGLING/FURG)

 

 

Este trabalho apresenta uma pesquisa em desenvolvimento no Grupo de Estudos em Análise do Discurso (GEAD), da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), tendo como objetivo principal refletir sobre a noção do silêncio e analisar os processos de silenciamento e de produção de sentido, à luz dos Estudos Discursivos de linha pecheuxiana. Como materialidade de análise foi utilizada uma entrevista feita com o até então prefeito da cidade de Rio Grande (RS), postada no blog olhardarua.com, no dia 27 de março de 2012. A matéria publicada com o título “Entrevista com o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco” teve uma grande repercussão na mídia local, não apenas por tratar sobre a polêmica CPI dos Transportes (sistema de transporte coletivo municipal) que estava em curso na época, mas também pela postura atípica do entrevistado que, conforme a entrevistadora, “destoou de todas as autoridades” já entrevistadas por ela. Para fins de observação e análise, foram recortadas algumas sequências discursivas do corpus desta pesquisa, com vistas a compreender os processos de silenciamentos, a produção de significações e, em especial, os efeitos de sentidos e os apagamentos discursivos. Como base teórica de análise, tomamos centralmente as abordagens de Orlandi (2007) a qual nos apresenta que a linguagem, no contato entre o ideológico e o linguístico, envolve o silêncio, e este, por sua vez, é anterior à linguagem, sendo o grande fundador de sentidos do discurso. A partir das noções de silêncio fundador e silêncio constitutivo são analisados os silenciamentos como condição central de significar: em alguns momentos, representam mais que as próprias palavras, apresentando a incompletude da linguagem e, em outros momentos, estão na ordem do “poder dizer”, ou seja, estando no recorte entre o dito e o não-dito, o silêncio está posto na relação em dizer algo para silenciar (calar) outras possibilidades discursivas.

 

 

NEM TODAS AS PRINCESAS TÊM QUE VESTIR ROSA OU SONHAR COM UM PRÍNCIPE

ENCANTADO QUE NUNCA CHEGA: REFLEXÕES E ANÁLISE”

 

Luciana Padovani (GEAD; Letras/FURG)

 

O presente trabalho busca tecer reflexões acerca de leituras possíveis de peças publicitárias sobre os comportamentos e papeis femininos na sociedade ocidental contemporânea, na perspectiva da Teoria da Análise do Discurso, fundada por Michel Pêcheux. Para fins de análise, foram tomadas duas materialidades discursivas em uma mesma peça publicitária: (a) o texto “Nem todas as princesas tem que vestir rosa ou sonhar com um príncipe encantado que nunca chega” e (b) e a imagem de uma jovem e bonita mulher, bem produzida, com um espartilho azul e tatuagens nas costas e no braço, contendo desenhos de flores. A partir destas materialidades, buscou- se observar e analisar as inscrições em distintas formações discursivas, os deslizamentos discursivos, o contraditório, os silenciamentos, a produção de sentidos e os efeitos discursivos. Sendo assim, foram estabelecidas relações entre o vestir rosa e as tatuagens de flores, a ideia de espera pelo príncipe encantado e o príncipe que nunca chega, um certo monitoramento social do comportamento feminino e uma postura de emancipação feminina, um discurso justificador e um discurso de ruptura, a imagem de uma mulher vaidosa/romântica/delicada/submissa e a imagem de uma mulher independente/emancipada /que tem atitude.

 

Palavras-chave: formação discursiva – discurso – sentido.


IDENTIDADES ÉTNICAS: AS AUTORREPRESENTAÇÕES DOS AFRODESCENDENTES NO

 

DISCURSO DOS ALUNOS DE UMA ESCOLA RIO-GRANDINA

 

Stela Maris Ieck (LCE/FURG)

 

Este projeto propõe como tema uma análise reflexiva que examina os processos culturais, como eles são classificados na educação formal e as delimitações que distinguem as diferenças entre uma identidade e outra na escola. O trabalho foi realizado em uma Escola pública, na cidade de Rio Grande, em turmas de 7ª e 8ª séries do ensino fundamental. A análise dos dados foi conferida através da aplicação de atividades, de um questionário e de entrevistas gravadas. A análise do corpus teve como base os pressupostos metodológicos da Análise Discurso (AD), proposta pelo filósofo francês Michel Pêcheux, além das contribuições teóricas da Eni Orlandi. Ao realizar esta pesquisa, busquei destacar como os alunos afrodescendentes estão construindo as suas experiências vivenciadas no cotidiano do contexto escolar. De que forma os significados são apreendidos e interpretados no nível das representações sociais, tendo em vista que a compreensão da realidade social é diferente de um grupo para outro. A investigação apresenta através da análise do corpus, o discurso desses atores sociais e suas representações, consideradas nas relações sociais e no núcleo de formação que compõe o universo desses indivíduos. O objetivo desse trabalho é analisar as influências da educação formal como instrumento simbólico na construção da identidade dos alunos afrodescendentes, tendo em vista que o encontro com a diversidade começa na sala de aula. O discurso do opressor disseminado através da linguagem e impregnado de termos depreciativos pode afastar a criança do contexto escolar, além de conduzi -la ao isolamento e a não socialização. Metodologicamente utilize-me de filmes que abordassem a trajetória do povo negro da África ao Brasil; imagens simbólicas que representassem seus costumes, suas crenças e seus valores; poemas -canção cuja temática falasse sobre a luta do povo negro por direitos sociais, econômicos e culturais. Além disso, falamos sobre a importância do Movimento Negro no Brasil e suas reivindicações por políticas públicas em favor do reconhecimento da cultura negra. Em todas as entrevistas analisadas, os discursos têm características em comum, os alunos não se identificam como “portadores” de uma identidade negra, a negação talvez seja por causa do preconceito que embora “mascarado” ainda persiste nos espaços por onde eles circundam. Entretanto, mesmo sabendo que as barreiras impostas demarcam essas diferenças, a imagem que têm de si mesmos não os coloca em busca de uma identidade negra. Em uma sociedade multirracial, a cultura dominante se impõe sobre outras culturas e os grupos dominados terminam por absorver a inferioridade.

 

Palavras-chave: Cultura; Discurso; Identidade

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Simpósio 2: “Estudos do Discurso: Teses e Dissertações”

 

“A CONSTITUIÇÃO DO DICIONÁRIO EM REDES DE MEMÓRIA: UMA RESISTÊNCIA AO TEMPO E À HISTÓRIA”

 

Profª Dndª Daiane Siveris (PPGL/UFRGS)

 

O presente trabalho visa a apresentar algumas reflexões oriundas de nossa Dissertação de Mestrado, intitulada Língua, sujeito e história: implicações da noção de função-autor na produção dicionarística de Caldas Aulete . Na Dissertação, tivemos por objetivo analisar o funcionamento da noção função-autor nos prefácios das oito edições do Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, de Caldas Aulete; três edições portuguesas e cinco edições brasileiras. A partir dessa noção, mobilizamos outras relacionadas a esta na busca por respostas à questão de pesquisa. Dentre as noções abordadas, destacamos os conceitos de interdiscurso e memória, segundo os pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso em articulação com a História das Ideias Linguísticas, a fim de explicitar a constituição dos dicionários que se dá por meio de redes de memória. Em nossa Dissertação, o foco central era a análise do funcionamento da noção função-autor. Entretanto, o estudo desenvolvido permitiu estabelecer que as redes de memória são constitutivas e determinantes da função-autor, o que nos levou a afirmar que, na medida em que outros e novos instrumentos linguísticos vão sendo constituídos e publicados, outras e novas são também as posições de função-autor assumidas. Isso se deve aos diferentes discursos em circulação na sociedade, às diferentes condições de produção desses discursos, bem como à forma de o sujeito se significar e significar a sua língua, via memória. Entende -se, no caso dos dicionários que se constituem em redes, que nenhum instrumento linguístico é uma origem absoluta; os sentidos mobilizados, a cada nova produção, já estão inscritos em uma rede de memória. A constituição do DCA se dá a partir de um plano elaborado por Caldas Aulete. Historicamente, as diferentes edições publicadas no Brasil e em Portugal remetem a autoria a ele. A partir disso, observa-se o funcionamento de uma história e de uma memória que sempre retornam, a cada nova publicação do dicionário. Ao trabalharmos a noção de memória discursiva como o lugar que permite o acesso ao funcionamento do interdiscurso, no qual estão todos os saberes já formulados, retomados, esquecidos e silenciados, remetendo- nos à constituição dos dicionários, entendemos que essa constituição se dá em redes de memória. Ao remeter aos dicionários de Roquette, Lacerda e Moraes, estabelece-se uma rede


de memória que, assim como a história, resiste ao tempo, dialoga com a tradição de existir desses dicionários, bem como se estabelecem relações entre as diferentes edições do DCA. Ao retomar esses autores, constituem-se redes de memória, tecem-se discursos, coloca- se a história em relação a diferentes memórias e diferentes tradições, mas que se retomam, se repetem, se reconfiguram e acabam contribuindo para a elaboração/produção/publicação de diferentes dicionários. Entendemos que a noção de rede de memória trabalhada se caracteriza por ser esse “espaço de disjunções, de deslocamentos, de retomadas, de conflitos, conforme apresenta Pêcheux ([1983] 2010).

 

 

Palavras-chave: dicionário, língua portuguesa, memória, história

 

 

“O GRAMÁTICO E O LINGUISTA: ATRAVESSAMENTO DE SABERES NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO GRAMATICAL”

 

Profª Dndª Maria Iraci Costa (PPGL/UFSM)

 

O presente trabalho tem o objetivo de apresentar uma reflexão acerca do percurso de transição entre a nossa questão de pesquisa desenvolvida na dissertação e a nossa questão de pesquisa que será desenvolvida na tese de doutorado. Em nossa dissertação, a questão norteadora que orientou nosso trabalho foi compreender a articulação entre o saber do linguista e o saber do gramático. O nosso recorte para compreender essa articulação foi a definição atribuída à designação “sintagma” na gramática, uma vez que se trata de uma designação genuinamente saussuriana (ARRIVÉ, 2010) que constitui uma das clássicas dicotomias propostas pelo mestre genebrino. Diante desse recorte, questionamos o efeito de evidência sobre o qual se apóia a definição e o efeito de apagamento da historicidade na produção do conhecimento. A partir desse questionamento, constituímos um corpus tendo em vista os mecanismos linguísticos de retomada e reformulação, o que nos permitiu traçar um (dos possíveis) percurso do deslocamento da definição atribuída a essa designação da linguística para a gramática. Tendo em vista que a designação “sintagma” ganha definições específicas ao deslocar-se de um domínio de saber a outro, questionamos: o que faz com que cada definição não seja apenas mais uma reformulação, mas uma formulação singular que assegura um gesto interpretativo de um sujeito? Em nossa proposta de tese de doutorado, mantemos a nossa questão de pesquisa, que orienta nossos estudos desde o período de iniciação científica, a saber, como se dá a articulação entre o saber do gramático e saber do linguista. Desta vez, reportamo-nos a uma outra dicotomia saussuriana, que é o par sincronia e diacronia. Buscamos compreender como essa dicotomia vai contribuir para a produção do conhecimento gramatical, produzindo uma separação entre a gramática histórica e a gramática descritiva. O nosso recorte para compreender essa separação no interior da própria gramática é a definição, isto é, como o gramático, ao definir, toma um posicionamento por uma filiação no interior da própria gramática. Para compreender como se constitui o gesto interpretativo do sujeito na produção do conhecimento, buscamos investigar as condições históricas que determinam o sujeito, uma vez que partimos do pressuposto de que o sujeito não é a origem do seu discurso, mas é determinado pela história e interpelado pela ideologia.

 

Palavras-chave: gramática; linguística; produção do conhecimento.

 

 

“DISCURSO, SUJEITO E IDEOLOGIA: SOLIDARIEDADE E NARRATIVIDADE URBANA COMO PRÁTICAS DISCURSIVAS

 

Prof. Dndo André Luís Campos Vargas (PPGL/UFSM)

 

Nossa proposta de pesquisa envolve estudos acerca de processos de constituição do discurso mobilizados pela centralidade de conceitos atinentes ao sujeito e à ideologia e que concorrem ao seu funcionamento em fatos de linguagem manifestados em percursos da narratividade urbana (oralidade, texto, grafismo, música). São eventos permeados por diferentes olhares que constituem sentidos contraditórios, fragmentários e dispersos; são espaços marcados pela heterogeneidade e pela tensão de lutas travadas coletivamente, fomentadas por discursos que almejam mudanças e transformações sociais, orientados por um conjunto de valores e objetivos que alcançam visibilidade e legitimidade em suas manifestações. Embasamos nossa pesquisa no funcionamento de processos discursivos ante os conceitos teóricos da AD, basicamente em Michel Pêcheux e Eni Orlandi, para os quais o discurso produz sentidos nos/pelos sujeitos e, por ele, se significam e articulam uma memória discursiva (histórica). Tematizamos como reflexão a questão na qual o sujeito é tomado por sua subjetividade, por sua historicidade, enquanto processo constituído e constitutivo de suas relações sociais. No corpus, pensamos como a palavra ‘solidariedade’ pluraliza sentidos em três enunciados postos a funcionar em eventos da Feira de Cooperativismo (FEICOOP): A transformação pela solidariedade, Uma Outra Economia Acontece e Um Outro Mundo é Possível. São slogans que circulam saberes/conhecimentos em evento anual realizado desde 1994, em Santa Maria-RS, e discursivizam


procedimentos de ação coletiva de produtores artesanais que postulam uma ‘transformação’, um ‘outro mundo’, por meio de uma prática social sob um modelo de produção associativa. Observamos a partir do sujeito, da história e da linguagem materialmente implicados em uma problematização que não é evidente, nem transparente e que faz funcionar o discurso como um processo histórico de significação, lugar de relação do sujeito com a língua, com o simbólico e com a história na produção de sentido. Por sua vez, enfeixamos o conceito de narratividade urbana sob uma metodologia complexa (delimitação, sistematização, interpretação) a ser inferida em manifestações linguageiras que visam expressar lugar de novos sentidos, sentidos de resistência, que constituem discursos materializados em uma situação histórico-social a partir da interpelação do sujeito em uma visão de mundo que o determina quanto a dizer/escrever/riscar/desenhar acerca de lugares nos quais, ou internaliza as regras de relações políticas e sociais, ou resiste e resvala sentido a uma oposição discursiva.

 

Palavras-chave: Discurso urbano, sujeito, ideologia.

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Simpósio 3: “Sociedade e Discurso”

 

NA SUPERFÍCIE DOS AUTOMÓVEIS, SENTIDOS EM MOVIMENTO: O DISCURSO

 

ITINERANTE DOS ADESIVOS

 

Profª Elisane Pinto da Silva Machado de Lima (IFSUL-Pelotas)

 

Quando a sociedade passou a se movimentar num ritmo mais acelerado, em que o deslocamento via automóvel produziu certo isolamento social, reduzindo significativamente as conversas nas calçadas, proporcionadas pelo deslocamento a pé, eis que surge entre os sujeitos uma nova forma de manter contato com o outro, de se dizer, de se significar, de tentar fixar uma identidade então cada vez mais fluida, qual seja, os adesivos. Então, os assuntos, que antes pautavam as conversas de rua (das calçadas, das esquinas e das praças), como política, religião, futebol, humor entre outros, passaram para os vidros dos automóveis compactuando com a pressa do sujeito contemporâneo. Assim sendo, o presente trabalho, alicerçado nos pressupostos teóricos e metodológicos da Análise de Discurso na tradição de Michel Pêcheux, pretende apresentar um estudo sobre o discurso dos adesivos em automóveis, prática discursiva contemporânea resultante da relação sujeito-automóvel. Essa publicização de formulações em automóveis faz parte da narratividade urbana (cf. Orlandi, 2004),compondo um discurso itinerante, caracterizado pela mobilidade e constante troca de interlocutores, através do qual o sujeito convoca o outro à interlocução, significando e sendo significado.

 

Palavras-chave: Análise de Discurso – adesivo– discurso itinerante

 

IMAGEM EM ANÁLISE DE DISCURSO: UM EXERCÍCIO TEÓRICO-ANALÍTICO

 

Prof. Dndo Marchiori Quadrado de Quevedo (PPGL/UCPEL)

 

Comumente, ouvimos dizer que estamos na “era da imagem” ou que a imagem se presta a essa sociedade da pressa, em que vivemos. Essa suspeita virtude da imagem residiria exatamente na celeridade ou mesmo na transparência (!) de sua leitura (supostamente, imagens, assim como os números, não mentiriam). Esse senso comum resiste inclusive a um outro “consenso” que lhe é francamente contraditório: o de que não se sabe ler imagens em virtude de nossa cultura grafocêntrica e, portanto, a leitura do visual também deve ser ensinada nas escolas. O que pretendemos discutir aqui vai na contramão desse discurso laudatório à imagem e, em certa medida, passa ao largo dessa discussão, visto que partimos do desenvolvimento da premissa de que o visual, assim como o verbal, é sobredeterminado pelo discursivo. Nosso foco ajusta-se, pois, ao fato de que nos situamos em uma teoria que procura trabalhar qualquer texto justamente na (ou mesmo pela) sua opacidade material, o que implica, a nosso ver, um compromisso com determinadas consequências. Sejam teóricas (o que acarreta dizermos que a imagem tem uma materialidade ou o que é de fato admitirmos que a imagem é opaca?); sejam analíticas (que imagem seria essa que “todos vemos” ou como ler a imagem em sua opacidade?). Assim, a presente comunicação, cuja discussão advém de um trabalho de dissertação defendido em 2012 no âmbito do Programa de Pós-Graduação da Universidade Católica de Pelotas, visa a um duplo objetivo: refletir sobre esse objeto “imagem” e, à luz dessa discussão, realizar um gesto de interpretação de um texto imagético. Para tanto, partiremos do dispositivo teórico da Análise de Discurso na tradição de Michel Pêcheux, recorrendo especialmente a esse autor, à precursora da teoria no Brasil – professora Eni Orlandi – e à professora Tânia Souza, cujos estudos sobre a imagem funcionam à guisa de um “ponto de partida”. Com base nesse legado, além de discutirmos um conceito de imagem e as suas consequências téoricas nessa zona de “entremeios”, buscamos configurar nosso dispositivo analítico. Para tanto, valemo-nos principalmente da noção de enunciado de Foucault, retomada por Courtine, e recorremos às pistas elencadas pela professora Ernst-Pereira para o início do nosso gesto de interpretação.


Palavras-chave: Discurso; imagem; leitura

 

O PAPEL DO REVISOR DE TEXTOS: UM DIÁLOGO ENTRE A FICÇÃO E A REALIDADE

 

Prof. Felipe Raskin Cardon (UniRitter/UFRGS)

 

Esta pesquisa trata do papel do revisor de textos e de questões referentes a essa função, tais como: autoria, coautoria e limites encontrados no exercício de revisão. O suporte teórico para a pesquisa procede de obras do Círculo de Bakhtin, nas quais são discutidos temas como autoria, gêneros discursivos e dialogismo. O corpus de pesquisa compõe-se de duas partes: a primeira é formada por recortes extraídos de duas obras literárias em que personagens de destaque são revisores de texto (O Revisor; de Ricardo MenéndezSalmón, e História do cerco de Lisboa, de José Saramago); a segunda é composta de entrevistas realizadas com profissionais experientes e com formação adequada à revisão de textos. Desse modo, o trabalho organiza -se em função de dois objetivos principais: 1) identificar as representações do trabalho e dos questionamentos do revisor de textos presentes em obras literárias;2) comparar essas representações com os dados obtidos através das entrevistas a fim de apurar possíveis coincidências. Em ambas as fontes de pesquisa, observar- se-á de que forma a revisão de textos é trazida à tona e como é concebido esse papel. Trata-se de um estudo qualitativo em que os dois conjuntos de dados, em uma primeira etapa, serão analisados separadamente, segundo categorias que deverão atender aos objetivos previstos; em uma segunda etapa, os dados serão avaliados comparativamente. Um dos objetivos específicos é o de verificar quais são os questionamentos recorrentes em relação ao papel que exercem os revisores e que limites eles encontram na atividade de revisão. O objetivo final é o de contribuir com reflexões sobre o exercício dessa função. A motivação para esse trabalho deve-se à escassez de trabalhos acadêmicos sobre a atividade do revisor.

 

Palavras-chave: Revisão de textos. Autoria. Coautoria. Dialogismo.

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Simpósio 4: “Ensino, Discurso e Sentidos – reflexões e análises”

 

GESTOS DE LEITURA E DE INTERPRETAÇÃO NAS PRÁTICAS DISCURSIVAS DE ADOLESCENTES

 

Cíntia Azambuja (GEAD; PGLING/FURG)

 

Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões acerca da pesquisa realizada no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Linguística e Ensino de Língua Portuguesa (PGLING). Trata- se de um estudo desenvolvido a partir do Projeto “Ensino de Língua Portuguesa como espaço social para manifestação de ideias”, no Instituto Federal Sul Riograndense de Pelotas (IF-Sul/Pelotas), com meninos e meninas moradores das Casas Lares da mesma cidade, no período de setembro a dezembro de 2011. É de interesse central desta pesquisa observar e analisar os diferentes discursos que os sujeitos formulam sobre o masculino e o feminino e sobre os perfis estereotipados pela sociedade, a partir do contexto em que estão inseridos, bem como a observação de indícios de identificação destes com posições socialmente aceitas. A pesquisa filia- se à perspectiva da Teoria da Análise do Discurso de linha francesa a partir de Michel Pêcheux. São para o desenvolvimento das reflexões, mobilizadas centralmente as noções de Discurso, Sujeito, Processos de Subjetivação, com a finalidade de identificar os sujeitos leitores e seus discursos , produzidos a partir de diferentes materialidades sobre a temática da sexualidade - o masculino e o feminino. Cabe salientar que, nesta perspectiva teórico-metodológica, a teoria e a prática se articulam intrinsecamente.

 

Palavras Chave:  Sujeito; Discurso, Processos de Subjetivação

 

A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO DO TERMO ‘SOCIEDADE’ EM TEXTOS DE UNIVERSITÁRIOS

 

Patrícia Zacchia (GEAD; PGLLING/FURG)

 

O presente trabalho tem por objetivo analisar o uso do termo sociedade nas redações de universitários brasileiros premiadas pela UNESCO nos anos de 2006/2007 em concurso que propunha a escrita de texto de até quarenta linhas sobre o tema Como Vencer a Pobreza e a Desigualdade. Tais textos se encontram disponíveis através de publicação promovida pela UNESCO do resultado do concurso cujo público alvo são todos estudantes universitários brasileiros. A partir da proposta da Análise do Discurso de orientação francesa, é possível afirmar que a construção dos sentidos não é estanque, mas antes se configura a partir de seu uso na materialidade do discurso. Daí se identifica, pela leitura da mencionada publicação, que o termo sociedade foi utilizado pelos estudantes de distintas maneiras, muitas delas diferentes das trazidas pelos dicionários. Em muitos casos, se observa também a não-identificação do autor com o sentido do termo pretendido, revelando assim a denominação de um grupo do qual o autor não faz parte, ainda que nela esteja inserido. Outras nuances podem ser ainda observadas, evidenciando o caráter histórico da construção do sentido. Para a análise proposta foram selecionados trechos dos textos que apresentavam o termo sociedade, agrupados de acordo com a proximidade dos sentidos construídos. A leitura desses trechos permite refletir


sobre a maneira através da qual uma parcela dos estudantes universitários brasileiros se percebe como agentes sociais, além de colaborar para a composição das possibilidades de sentido presentes no uso desta palavra.

 

 

O EU E O OUTRO: CONSTRUINDO IDENTIDADES COMO APRENDIZES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

 

Profª Livia Ayter Santos (IFRS - Câmpus Rio Grande)

 

A intenção primordial desta pesquisa é trazer uma reflexão a respeito de uma situação específica em sala de aula. O contexto educativo é o de aulas de Língua Estrangeira – especificamente a Língua Inglesa – para alunos de Nível Médio em uma escola rural no extremo sul do Rio Grande do Sul. Essa necessidade fez-se por se levar em consideração as palavras de Rajagopalan (2003, p. 65) “no contexto de ensino de língua estrangeira, uma das perguntas quase nunca feitas pelos professores e pesquisadores é: Por que é que os alunos querem aprender uma língua estrangeira?”. Aos sujeitos desta pesquisa foi proposto que respondessem questões dissertativas relativas às suas construções identitárias como aprendizes de Língua Inglesa e a importância do processo de ensino/aprendizagem da língua nesse processo. Para a análise dos dados coletados escolheu-se a Análise de Discurso de linha francesa pelo ato de a teoria oferecer uma interligação entre a Linguística e as Ciências Sociais (Materialismo e a Psicanálise) Orlandi (1999). Assim, o objeto de estudo aqui é o discurso produzido pelos sujeitos e a maneira como a construção desses discursos reflete ideologias presentes na memória social e que fazem com que esses sujeitos identifiquem-se com um ou outro grupo social – com um discurso positivo ou negativo em relação ao seu país, sua comunidade e o ensino a que tem acesso através da rede pública. A análise dos dados mostrou que o grupo estudado não tem uma visão positiva de sua comunidade local e nem da qualidade do ensino de Língua Estrangeira ofertada pela escola pública. Outro aspecto presente nos discursos estudados é a desvalorização do meio rural e o papel que a Língua Inglesa exerce de ferramenta que pode proporcionar uma retirada desse ambiente. Assim, esse trabalho representou o esforço em cumprir o papel do professor de Língua Estrangeira como também formador de cidadãos e de “(...) não passar para os alunos conceitos estereotipados da cultura que está sendo transmitida” Moita Lopes (1996).

 

Palavras-chave: Construção Identitária, Análise de Discurso Francesa, Escola Rural

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Simpósio 5: “Línguagem e Cultura”

 

DESMISTIFICANDO O POPULISMO: A PROPOSTA TEÓRICA DE ERNESTO LACLAU

 

Prof. Msc. Alexandre Neves Sapper (UFPEL)

 

A concepção de populismo de Laclau está diretamente associada às formações articulatórias de determinadas demandas sociais, a partir das quais se constitui a unidade de demandas e, consigo, o surgimento de uma lógica determinada. No que diz respeito às articulações das demandas determinadas acima expostas, pode-se auferir, segundo Laclau, que o populismo é o resultado de várias demandas insatisfeitas que formam um sentido a partir desta insatisfação. O populismo de Laclau é uma lógica política, sendo entendido como um sistema de regras que articulam um ambiente dentro dos quais alguns objetos são representados enquanto que outros são excluídos, gerando um processo de significações que somente podem ser compreendidos dentro de um contexto determinado em um momento histórico. As cadeias equivalenciais são fundamentais para formação do populismo, pois à medida que avançam e se unificam simbolicamente,terminam por gerar um “nós” diferente dos “outros”. Ou seja, criam uma identidade em comum (nós) a partir de demandas que pareciam estar dispersas (outros) num determinado momento e sob uma determinada reclamação. O populismo pressupõe uma comunidade maior do que a gerada na escala local em um primeiro momento, pelos quais se expandem as cadeias equivalenciais, a partir das primeiras demandas que são marginalizadas e isoladas até a inclusão de novas demandas, todas elas diferentes, mas equivalentes enquanto sua condição marginal. Assim, se todos os setores de uma determinada comunidade política tivessem completas suas demandas, não haveria protesto social nem formação de movimentos populares que lutassem pelo cumprimento insatisfeito de suas reivindicações. Porém, as equivalências podem tentar aproximar os seus anseios, mas jamais “domesticá-los” a um anseio individual. Nestes termos, dentro de cada cadeia equivalencial, cada demanda mantém sua natureza, na medida em que se assemelham em sua insatisfação. Isso gera uma tensão no interior das redes de equivalência, já que diferença e equivalência são incompatíveis entre si, à medida que estão imbricadas para a construção do social. É a partir deste momento que entram em evidência os significantes vazios , ou seja, quando uma equivalência serve para estabelecer um povo a partir de distintas identidades que se articulam a partir das insatisfações de suas demandas, sendo que estas demandas se diferenciam de outras demandas cujos anseios são atendidos. Assim, atotalização necessita de um elemento diferencial que a assuma e represente.


 

Palavras-chave: Populismo. Discurso. Política.


A ANÁLISE DO DISCURSO DAS BIOGRAFIAS DE GETÚLIO VARGAS E DE JUSCELINO KUBITSCHEK: UM ESTUDO DE CASO

 

Prof. Msc. Gabriel Jorge Quadros de Paula (FURG)

 

O tema do presente trabalho visa tratar analisar o discurso presente em duas biografias lançadas nos últimos anos sobre a vida dos dois presidentes mais populares do Brasil, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck. O trabalho tentará verificar qual foi a prática discursiva utilizadas pelos biógrafos das respectivas biografias, os jornalistas Lira Netto e Cláudio Bojunga. A justificativa para o estudo da análise do discurso destas biografias se dá pelo de Getúlio e Juscelino serem personagens históricos importantes para a formação do Brasil como nação, além da repercussão e do sucesso de vendas e de mídia que tais biografias tiveram. A Fundamentação Teórica e Metodológica se dá na linha de Análise do Discurso Francesa, conjuntamente com as contribuições dos teóricos da Biografia e das escritas de vida como François Dosse, André Mitdieri e Leonor Arfuch.

 

Palavras- Chave: Discurso, Ideologia, Memória e História

 

“O DISCURSO DAS COLIGAÇÕES DIANTE DE PROCESSOS ELEITORAIS”

 

Profª Msc. Luana de Gusmão Silveira (PPGL/UFRGS)

 

O discurso político serviu como mote para o desenvolvimento de análises e reflexões no campo da Análise do Discurso (AD) na França nos anos 1960. Como materialidade discursiva permitiu a observação dos processos da determinação ideológica inscritos na materialidade linguística. Embora o interesse dos pesquisadores atuais recaia sobre outras discursividades, faz-se importante, ainda, conceber o discurso político como um campo, extremamente, profícuo para pesquisas. Desse modo, esta apresentação tem como objetivo expor reflexões oriundas da pesquisa de mestrado em Estudos da Linguagem, intitulada “O funcionamento do discurso político diante de processos eleitorais”, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. A pesquisa filia-se à perspectiva teórica da Análise do Discurso (AD) de linha francesa, conforme os pressupostos de Michel Pêcheux. Com base em tais pressupostos, buscamos analisar as relações e os efeitos de sentido manifestados no interior de/entre alianças organizadas durante processos eleitorais. Com esse objetivo, decidimos trabalhar com o discurso das duas principais polarizações organizadas durante a campanha eleitoral de 2008 na cidade de Rio Grande/RS. As polarizações escolhidas para a análise constituem-se de partidos que podem ser associados a saberes representativos das formações ideológicas de centro- direita e das formações ideológicas de centro- esquerda. A Frente representativa dos saberes de centro-direita é a Frente “Rio Grande Unido e Forte”. Já a Frente representativa dos saberes de centro-esquerda é a “Frente Popular”. Assim, nessa investigação, elegemos como referência os saberes produzidos pela coligação “Rio Grande Unido e Forte”. Após a escolha da coligação de referência, realizamos um contraponto com os saberes que compõem a coligação “Frente Popular”. Através desses procedimentos, buscamos analisar as relações de contradições, antagonismos e alianças manifestadas durante uma campanha eleitoral.

 

Palavras-chave: Análise de discurso, Eleições, Coligações, Formação Ideológica

 

OS DISCURSOS DOS TRABALHADORES AUTOGESTIONÁRIOS NA PERSPECTIVA DA ANÁLISE DO DISCURSO

 

Profª Drª Darlene Webler (PPGL/UFRGS; ILA/FURG)

 

As práticas discursivas de trabalhadores inseridos em empreendimentos de produção industrial na modalidade da autogestão, no Rio Grande do Sul, estão no cerne das reflexões e análises de nossa pesquisa de doutorado. O propósito principal reside em pensar se estas práticas discursivas instituem um novo campo discursivo, se se trata de um acontecimento discursivo. Assim, o estudo passa pela observação dos discursos que emergem dos e sobre os sujeitos autogestionários, revelando novas concepções de trabalho, novas práticas discursivas que são atravessadas por saberes confluentes, contraditórios e até antagônicos à autogestão. A opção teórica está alicerçada na perspectiva da Análise do Discurso, de linha francesa, a partir de Michel Pêcheux, caracterizando-se pelo enfoque nos processos de produção de sentido e de suas determinações histórico-sociais. É à luz desta teoria que refletimos fundamentalmente sobre as noções de

 

Formação Social, Condições de produção, Formação Ideológica e Formação Discursiva, com vistas a investigar sob que condições ocorrem relações de reprodução e de transformação no interior de uma formação discursiva. Trouxemos também, para nossas abordagens, noções leninistas e gramscianas como a categoria da contradição, a hegemonia, o bloco histórico e os intelectuais orgânicos. Relativamente à materialidade discursiva utilizada para fins de análise, tomamos as produções discursivas de operários da autogestão, assessores, sindicalistas, políticos e simpatizantes, que foram obtidas, prioritariamente, através


de entrevistas, mas também através de materiais de formação sócio-político-administrativa e de materiais de informação. O nosso percurso teórico-analítico nos permitiu observar que a organização autogestionária não remete apenas a espaços democráticos de decisão, mas à apropriação do próprio processo produtivo e de comercialização por parte dos trabalhadores. Na perspectiva da Análise do Discurso, concluímos que a organização de autogestão operária se revela um acontecimento discursivo e constitui uma nova formação discursiva: a Formação Discursiva dos Operários Autogestionários.

 

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Simpósio 6 – “Ensino e Aprendizagem de línguas”

 

A APLICAÇÃO DO PROJETO INTERDISCIPLINAR NO ÂMBITO DO PIBID – HUMANIDADES DA UFPEL

 

Josiane Morais Pereira (Graduanda/UFPEL)

 

Este trabalho tem como objetivo apresentar um exemplo da construção de um projeto interdisciplinar em uma escola na cidade de Pelotas, RS, elaborado de acordo com o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID 2009/Humanidades – Continuidade. Na atualidade, a educação passa por mudanças tendo em vista as transformações que ocorrem na sociedade e que acabam interferindo em diversas questões que envolvem o cotidiano escolar, entre elas, a formação dos estudantes para a cidadania e autonomia. São esses os temas que constituem o projeto que se pretende desenvolver no Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, cujo objetivo é instigar o aluno a desenvolver o senso crítico e participativo, fazendo com que ele perceba a necessidade da autonomia intelectual, para que possa usufruir dos seus direitos de cidadão, bem como cumprir com os seus deveres. Para alcançar o objetivo geral desse projeto dividimos o grupo em subgrupos os quais divididos foram: Condicionamento Social, Mídia e Autonomia e Ética na Profissão. Ainda assim, para fins operacionais foi necessário estipular qual o público- alvo de nossas intervenções bem como o recorte que deveria ser estabelecido, para que se pudesse mensurar o alcance deste projeto. Na elaboração desse projeto, buscamos apoio nos PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais), na LDB (Lei de Diretrizes e Bases), no Regimento do Ensino Politécnico do Rio Grande do Sul, bem como em autores como Giddens, Tomazi, Boal, Kant, Pinsky, entre outros. Elaboramos diversas propostas de dinâmicas, que serão executadas em oficinas, as quais foram criadas esperando contemplar os objetivos propostos, executando; para tal fim; diferentes exercícios pedagógicos incluindo teatro, exibição de filmes, seminários, debates, confecção de cartazes, músicas, etc. Como exemplo, será apresentada aqui a primeira atividade que será aplicada Atividade Integradora, uma atividade de apresentação do grupo e do projeto para os alunos. Será desenvolvida através do gênero debate, entre mediadores (pibidianos) e alunos. Esta atividade tem como objetivo juntar as turmas de ensino médio que serão nosso público-alvo para uma atividade diferenciada baseada na metodologia de Boal, o teatro do invisível. Com o propósito de entreter e mostrar aos alunos o que o projeto do PIBID Humanidades do Assis Brasil está propondo para se discutir em 2013.

 

PALAVRAS-CHAVE: Integração – comunicação- apresentação

 

 

O ESTUDO DO GÊNERO PELO VIÉS DISCURSIVO: REFLETINDO SOBRE A DUALIDADE MASCULINO/FEMININO E SUA RELAÇÃO COM A ESCRITA

 

Profª Drª Rosely Machado (PPGL/UFRGS; ILA/FURG)

 

Nesta pesquisa, proponho o estudo do gênero pelo viés discursivo, a fim de investigar a dualidade masculino/feminino e sua relação com a escrita. O percurso por este texto, fundamentado no referencial teórico da Análise de Discurso de linha francesa, leva à compreensão dos efeitos de sentido que o sujeito produz, ao buscar aprisionar a escrita em um estereótipo masculino/feminino. Analiso um corpus constituído por cartas de leitores, textos de opinião, (os quais denomino de textos- fonte), publicados em jornais gaúchos, desprovidos propositadamente da assinatura do autor. Incluo também os textos produzidos pelos participantes desta pesquisa, a partir da leitura que fizeram dos referidos textos-fonte, a fim de expressarem sua opinião sobre o que caracteriza uma escrita quanto ao gênero. As marcas encontradas, no referido corpus, colocam em xeque a lógica da exclusão, do “isso ou aquilo”, abrindo a possibilidade para a inclusão, ou seja, a escrita pode ser isso e também aquilo, visto que ela é aqui entendida como um mosaico de discursos, cuja constituição abriga a mescla. É, pois, sob o efeito da transparência, que se tem a ilusão de uma escrita em cuja materialidade encontra-se refletido, com nitidez, o gênero de quem a produziu. Com base nessa reflexão teórica, questiono a atribuição de uma identidade de gênero para a escrita. No desenvolvimento deste estudo, mobilizo noções teóricas específicas, sendo que, na primeira parte, apresento considerações sobre a temática da diferença, a partir de concepções culturais, filosóficas e psicanalíticas. Na segunda parte, passo às questões referentes à leitura, à escrita, priorizando a perspectiva discursiva que alicerça esta pesquisa. Na terceira parte, trago as considerações metodológicas que irão nortear as posteriores análises. Na quarta e última parte, são realizadas as análises propriamente ditas (o gesto de interpretação) e, posteriormente, as considerações finais. Os pontos de ancoragem decorrentes deste processo de análise apontam caminhos, que proporcionam compreender os movimentos de sentido produzidos, quando se trata de estabelecer uma possível relação gênero e escrita. Através do jogo de espelho acionado pelos sujeitos participantes desta tese, observo a maneira como eles, na escrita, veem o outro por meio da imagem projetada daquilo que concebem como específico de um homem e de uma mulher. Pela materialidade da língua, o efeito de uma escrita feminina e masculina é produzido como algo idealizado, porém, simultaneamente, nessa tentativa de represar os sentidos no fluxo do discurso, são mobilizadas diferentes formações discursivas, posições sujeito, enfim, identidades plurais, dada a constituição heterogênea de todo discurso. Sendo assim, este estudo concebe a relação gênero e escrita enquanto um processo discursivo que, determinado pelo interdiscurso, traz consigo a marca indelével da heterogeneidade.

 

Palavras-chave: Gênero, Escrita, Discurso.

“O PROCESSO DE ESCRITA E REESCRITA NA SALA DE AULA: EXPERIÊNCIAS POSITIVAS E UMA ESTÁGIÁRIA”

 

Márcia Glaci da Silva Bueno (Graduanda-Letras/FURG)

 

O presente trabalho tem por objetivo relatar a prática docente vivenciada a partir do estágio supervisionado em Língua Portuguesa, numa turma de segundo ano do ensino médio de uma escola estadual da cidade de Rio Grande – RS, sob a orientação da Profa. Drª. Rosely Diniz da Silva Machado. As aulas foram ministradas focando o trabalho com textos, objetivando a leitura, a interpretação, a escrita e a reescrita. Dessa forma, os alunos, com o meu auxílio, criaram e recriaram seus textos sabendo que haveria leitores para os mesmos e não somente com a finalidade de garantir sua “melhor nota” na disciplina. Muitos textos foram lidos em sala de aula, outros expostos no saguão da escola e, em sala de aula, também foi feita a reescrita coletiva de um texto escolhido aleatoriamente. Na minha condição de professora estagiária, mesmo após dois anos de experiências em sala de aula e, com o apoio referencial de várias leituras e discussões semanais de vários linguistas, proporcionados pela participação do projeto Programa Institucional de Bolsa de Incentivo à Docência – PIBID, tive a oportunidade de continuar pondo em prática o meu processo de ensino-aprendizagem, pois com estudantes comprometidos, os saberes a serem ensinados e o saber-ensinar se definem como sendo especificamente pertencentes à prática de sala de aula. A cada momento em companhia dos alunos, vejo que os saberes docentes são constituídos somente no momento em que nos tornamos partes integrantes do ambiente escolar. Assim, o trabalho com o texto não pode ser visto como utópico, mas como algo possível, concreto e que pode trazer experiências positivas tanto para o professor quanto para os alunos.

 

Palavras-chave: Língua Portuguesa, texto, escrita e reescrita.

 

“RELATO SOBRE UMA PRÁTICA DE ESTÁGIO EM LÍNGUA PORTUGUESA”

 

Angela Cleci Bueno Rizzo (Graduanda-Letras/FURG)

 

O objetivo deste trabalho é fazer um relato da prática de estágio supervisionado de Língua Portuguesa, a qual oportunizou transpor didaticamente as aprendizagens adquiridas durante os quatro anos de graduação em Letras. Importante salientar que a fundamentação do estágio foi motivada também pelas minhas vivências em sala de aula enquanto participante, por dois anos, do Projeto Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID-FURG), o qual oportuniza estudos referentes à prática docente, além de oferecer oportunidades de exposição e debates sobre planejamentos de aula, durante as reuniões semanais com a coordenadora do Subprojeto PIBID/Língua Portuguesa (Profª Drª Rosely Machado), juntamente com as demais professoras da rede pública integrantes do projeto. A proposta desse estágio acadêmico baseou-se no trabalho com o texto, aliando o estudo da gramática em funcionamento na própria escrita dos alunos. Através dessa prática, investimos em temas que proporcionassem trabalhar a autoestima dos discentes, fazendo-os perceberem-se enquanto sujeitos participantes do processo de ensino/aprendizagem. Desse modo, buscamos promover o desenvolvimento e o aprimoramento das competências linguísticas dos alunos, pois consideramos de suma importância o autoconhecimento e a oportunidade de o sujeito colocar-se criticamente diante da sociedade. Nesse contexto, a escola se constitui num espaço propício para que se invista no desenvolvimento da competência linguística dos educandos, os quais estão expostos às múltiplas linguagens que são construídas no processo de interação cotidiano. Por essas razões, foram trabalhados, em sala de aula, textos que priorizaram a autorreflexão e, através das produções textuais dos alunos, foi possível estimular a escrita e introduzir a ideia da reescrita como forma de sanar as dificuldades apresentadas na produção dos alunos. Tais atividades foram muito bem sucedidas, pois os mesmos compreenderam a finalidade e foi possível perceber a progressão na qualidade do texto final. Importante destacar a importância do estágio, não como finalização de um ciclo, mas como complementação de aprendizagem em termos


de prática-reflexiva e de tomada de consciência de que o ato de aprender é contínuo, pois este faz parte do ser que está em constante busca de aprendizagem. Enfim, segundo Freire (1996), uma das condições necessárias a pensar certo é não estarmos demasiado certos de nossas certezas.

 

Palavras chave: Ensino, Língua Portuguesa ,texto.

 

 

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TRABALHOS APRESENTADOS NAS SESSÕES DE PÔSTERES

 

Aline de Lima Bazerque

O PAPEL SOCIAL DA MULHER EM COMERCIAIS TELEVISIVOS

 

Henriette de Mattos Pinto de Freitas

O GÊNERO ENTREVISTA NA PRÁTICA DE ENSINO DE LÍNGUA

 

Kelly Fernanda Guasso da Silva

POSSÍVEIS APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS ENTRE A CONCEPÇÃO DE SUJEITO BENVENISTIANA E PECHEUTIANA

 

Lilian Brasil Pereira

APROXIMAÇÕES ENTRE BAKHTIN E VYGOTSKI NO CAMPO DA EDUCAÇÃO

 

Manoel Mathias Ferreira

O DISCURSO AVALIADOR/QUANTIFICADOR NAS SENTENÇAS DE PROCESSOS POR DANOS MORAIS DA SEGUNDA VARA CÍVEL DA COMARCA DE TUBARÃO

 

Michele da Silva Teixeira; Míriam Duarte Saraiva

TRABALHANDO A REDAÇÃO A PARTIR DAS REGRAS DO ENEM

 

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EXPOSIÇÃO DE PAINEIS:

Serão organizadas sessões nos dias 12 e 13 de março, entre 8h e 22h, com a presença dos autores nos períodos de intervalo.

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Desenvolvido e mantido pelo

Núcleo de Tecnologia da Informação